Home  /   Notíciais  /   Visita de Monitorização dos Falcões de Pés Vermelho e Avaliação do seu Habitat no Município do Mungo - Huambo.

Visita de Monitorização dos Falcões de Pés Vermelho e Avaliação do seu Habitat no Município do Mungo - Huambo.


Waheed Al Fazari

Decorreu entre os dias 17 à 19 do corrente mês, uma visita de constatação e monitorização de Falcões de Pés Vermelhos no Município do Mungo Província do Huambo, por um grupo técnico do Instituto Nacional de Biodiversidade e Conservação e o Gabinete do Ambiente, Gestão de Residous e Serviços Comunitários da Província do Huambo. 

O evento fez parte do Projecto de Conservação de Falcões de Pés Vermelhos e proteção do seu habitat, uma vez que a espécie de aves têm um grande interesse internacional em termos de conservação e de acordo a  União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN) a espécie encontra-se na categoria de Vulnerável,  também consta no Anexo I-II da Convenção sobre espécies Migratórias (CMS), Anexo  II da Convenção de Berna e no Anexo  II da Convenção sobre o Comércio CITES.

A visita teve como objectivos monitorização das aves e reforçar o programa de sensibilização junto a Administração do Mungo e as comunidades locais sobre a importância daquele ecossistema,  melhorar a compreensão sobre a necessidade de se elevar o Município como Área de Conservação, pois  parte significativa da população mundial de Falcões de Pés Vermelhos está ameaçada pela actividade humana (perturbação deliberada, abate em massa para alimentação, abate de árvores, conversão de terras em terras agrícolas).    Acções de sensibilização e projectos comunitários serão desenvolvidos para garantir que o local continue com condições para reprodução colonial, empoleiramento migratório e alimentação das aves. Deste modo continuar a ser uma Província com grande interesse de investigadores quer nacionais como internacionais.




Acção  falcão de pés vermelho: 
1-  Propor um estatuto de protecção ( habitat de espécie protegida); 
2-  Abrir caminhos novos para os membros da comunidade ;
3- Criar uma equipe local de monitoramento do habitat ;
4- Identificar projectos alternativos para os membros da comunidade ;
5- Criação de sinergias com as autoridades locais;
6- Colaboração com a equipe de pesquisadores internacionais.
7- colocação de placas sintéticas.

A Capital dos Falcões em Angola

O mega-poleiro em Angola abriga centenas de milhares de Falcões-de-pés-vermelhos (RFF – 95%) e Falcões-de-Amur (AF- 5%) em Fevereiro/Março.
Este pode ser o maior poleiro comunal de rapinas conhecido na Terra 2019 e 2023. Os números são desconhecidos, mas até 1 milhão de falcões, a maioria da população mundial, utiliza um único poleiro pré-migratório na província de HUAMBO, Angola, em Fevereiro/Março A extensão do poleiro noturno é de 25-50 km² em uma área de terras agrícolas com árvores grandes dispersas e arbustos, próximo a um assentamento humano, baseado em dados de rastreamento por satélite (falcoproject.eu). A MME BirdLife Hungria liderou as investigações iniciais dos dados.

Fatos adicionais

O mega-poleiro existe há pelo menos as últimas 2 décadas. Uma parte significativa da população mundial de Falcões-de-pés-vermelhos está ameaçada pela atividade humana (perturbação deliberada, matança em massa para alimentação, corte de árvores, conversão de terras em terras agrícolas).
Os falcões são espantados à noite, especialmente em tempo chuvoso, como parte do método de caça. Aves molhadas são forçadas a pousar no chão e são recolhidas mais tarde, pela manhã, após caçadas consecutivas feitas por grupos de crianças locais.

O número exato de falcões mortos é desconhecido, mas a perturbação noturna pode causar alta mortalidade secundária por predadores (mangustos, cães selvagens).
As aves são vendidas no mercado local, o preço é igual a ¼ de um frango
A caça e consumo de carne de caça é proibida por lei desde 2018 em Angola, mas a aplicação da lei é fraca. Dados de rastreamento sugerem outros locais de poleiros (menores) nas províncias de Huambo e Bié, um visitado em 2019 consistia em 50000 falcões
Os falcões se alimentam principalmente de térmitas em enxame. 

Acontecendo agora

Juntos, temos muito pouca informação sobre a significância ecológica do fenômeno de poleiro e os impactos humanos devido à falta de um projeto bilateral direcionado ao local.
MME BirdLife Hungria, Orbis Angola e INBC começaram a cooperar, mas a falta de apoio financeiro e institucional dificulta o trabalho efetivo de conservação
Duas visitas curtas por ornitólogos húngaros sugerem uma intensificação na agricultura e um aumento adicional da perturbação e pressão de caça.
Os falcões capturados mostraram um aumento de peso de 20-30% e acumulação de gordura muito intensa comparada ao peso médio durante a reprodução.
Tentamos preparar um Memorando de Entendimento entre Angola e Hungria para cooperar no desenvolvimento de um CAP e estamos buscando financiamento para um projeto bilateral para acelerar a comunicação e cooperação lentas
Primeiros dados sobre marcação por satélite de 40 indivíduos em 2023 determinaram que a área diária de alimentação é de até 10.000km² (área central: 2.500 km²)
O acúmulo de gordura durante a pré-migração pode ser crucial para a sobrevivência da migração de primavera em condições de vento contrário sobre o Saara e o Mar Mediterrâneo.

Fonte: www.falcoproject.eu